São inúmeros os recursos didáticos que podem ser utilizados na educação
de surdos. O aspecto que faz a diferença é, sem dúvida, a criatividade do professor.
Muitos recursos surgem no dia-a-dia, quando o professor se vê diante de
uma situação em que se faz necessário algum apoio material para que consiga
alcançar, de forma eficaz, a compreensão da criança, ou para que a mesma consiga
acessar o conhecimento de forma plena. Muitos destes recursos não estão
aí, prontos para serem adquiridos, precisam ser confeccionados, precisam ser
criados.
É bastante comum encontrar professores da área angustiados com esta
“falta de material” e, justamente por isso, é tão importante a troca de idéias
entre os profissionais, o registro e a divulgação destes recursos, seja em encontros
pedagógicos, seja via internet ou através de manuais ou livros.
cada situação de aula exigirá um material diferente e cada profissional precisará explorar sua própria iniciativa, criatividade e habilidades para “inventar” o recurso
adequado à sua realidade naquele determinado momento. O que se pretende é
repartir algumas idéias de materiais já utilizados no trabalho com surdos (alguns
também utilizados com ouvintes) e com bons resultados no ensino do Português.
Serão apresentados a seguir alguns recursos, com a descrição dos mesmos
e algumas sugestões de como aproveita-los para o ensino da Língua Portuguesa:
a) FICHÁRIO
Descrição do material
�� Consiste em uma caixa repleta de fichas padronizadas, com figura e
palavra, de tudo o que se possa imaginar, que pode ser utilizada em
qualquer momento de aula, ou de conversa, ou de brincadeira, com o
intuito de mostrar à criança “o nome das coisas” em português ou, ao
contrário, o que determinada palavra representa.
�� Caixa: não deve ser muito pequena para que, ao longo do trabalho,
novas fichas possam ser acrescentadas. Sugestão: 50cm X 25cm. Deve
ser de material resistente pois será manuseada com freqüência.
�� Fichas: confeccionadas em papel cartão ou folhas de desenho, brancas,
com tamanho mínimo de 20cm X 15cm. Se possível que sejam plastificadas.
É claro que estas sugestões são para que se torne um material durável e permanente mas, na impossibilidade de confeccioná-lo desta
forma, usa-se o material que tiver disponível.
�� Figuras: devem ser escolhidas figuras claras, bem nítidas e não muito
pequenas, devem ser também o mais próximo possível da realidade,
portanto figuras recortadas de revistas, jornais, fotos,... devendo-se evitar
o desenho. Também precisam ser figuras “limpas”, que não apresentem
elementos que possam desviar ou confundir a atenção, por exemplo:
ficha de cavalo – pode ter mais de um cavalo, de diferentes raças e
tamanhos, porém sem pessoas montadas ou outros animais próximos
(pássaros, borboletas,...).
�� Palavras: podem ser colocadas na ficha de formas diferentes: escrita só
com letra bastão ou escrita com letra bastão e cursiva; escrita abaixo da
figura, escrita atrás da ficha ou escrita num cartão à parte colocado
junto com a ela, possibilitando assim utilizar a ficha em atividades que
não exijam o apoio escrito.
�� As fichas podem ser organizadas na caixa por ordem alfabética ou por
classificação (alimento, vestuário, lugares, profissões, partes do corpo,...)
�� O fichário pode ser utilizado em diversos trabalhos e situações, portanto
deve estar num local de fácil acesso como numa estante, ou sobre a mesa
do professor. As crianças também podem e devem manuseá-lo livremente,
sendo assim estimuladas a desenvolver o hábito de, por iniciativa própria,
buscar e ampliar seu conhecimento da língua portuguesa.
Sugestões de uso:
– Apresentar palavras novas;
– Relacionar sinais feitos pela criança à figura ou palavra correspondente,
quando haja dúvida ou dificuldade de compreensão neste sentido;
– Brincar com o fichário, por exemplo: procurar figuras que comecem
com a letra sugerida pelo professor ou pelo colega em alfabeto manual;
organizar figuras conforme sejam escritas (por ordem alfabética, ou por
quantidade de letras ou sílabas, ou que comecem com a mesma letra,
ou que usem a mesma configuração de mão...); organizar figuras por
classes de palavras, onde você mostra, por exemplo, um cartão escrito
BRINQUEDOS e as crianças têm que escolher entre várias fichas só
as que fazem parte deste conjunto; escolher uma figura e ter que representa-
la somente utilizando o corpo através de postura, expressão facial
ou mímica;...
– Fixar vocabulários: mostrar uma palavra para procurar a figura correspondente,
ou mostrar a figura para escrever a palavra
– Escolher 2 ou 3 fichas para a criança escrever algo utilizando todas elas.
Exemplo: “bola-casa-menina” – “A menina tem uma bola em casa.”
b) DICIONÁRIO CONFIGURAÇÃO DE MÃOS/PORTUGUÊS
Descrição do material:
�� Este é um recurso que pode ser montado com a criança no decorrer das
aulas, com o objetivo de incentivá-la a buscar sozinha as palavras que
lhe faltam para sua produção escrita.
�� Crianças ouvintes elaboram este dicionário a partir da primeira letra da
palavra, organizando-o em ordem alfabética. É aquele caderno, cujo
número de páginas é dividido e onde as letras do alfabeto são colocadas
na beirada das páginas, então cada palavra nova é acrescentada e junto
a ela é colada ou desenhada a figura correspondente. Só que para a
criança ouvinte ter autonomia nas suas buscas a este dicionário, ela faz
relação com o som das palavras, observe o exemplo:
Criança: – Professora, como se escreve “árvore”?
Prof.: – Árvore? Ah! Você já tem no dicionário. Onde você acha
que está escrita esta palavrinha? Com que letra ela começa?
Criança: – Árvore...ar... a... Já sei, começa com A.
Prof.: – Isso mesmo! Então encontre você mesma.
Vários professores utilizam este recurso com a criança surda mas, é claro,
isto não acontece da mesma forma. O surdo fará o sinal do que pretende escrever,
por exemplo “sinal de avião”. Não há no sinal nenhuma relação com a letra
inicial da palavra portanto, a menos que o professor lhe mostre a letra “A”, ele
não terá como procurar sozinho neste dicionário, então se perde o objetivo que
é estimular sua autonomia para escrever.
A idéia apresentada aqui é a adaptação deste modelo de dicionário onde a
base da procura não seja a letra, mas a configuração de mão. A partir da configuração
a criança encontrará a página e aí sim a figura ou sinal com o nome
escrito abaixo.
Sugestões de uso:
�� Acrescentar semanalmente no caderno as palavras novas trabalhadas
em aula. A sugestão é que se reserve as sextas-feiras para revisão de
vocabulário e acréscimo do mesmo no dicionário, sendo que a criança
o leva para casa para procurar e colar as gravuras correspondentes no
final de semana.Esta atividade deve ser realizada pela criança com o
apoio ou orientação do professor ou dos pais;
�� Será utilizado sempre que a criança não saiba como escrever determinada
palavra;
�� Serve de apoio em qualquer atividade tanto nas horas de leitura e
produção textual quanto nas horas de atividades lúdicas.
c) CAIXA DE GRAVURAS
Descrição do material:
�� Consiste numa caixa contendo inúmeras gravuras, ricas em informações,
visualmente atrativas, que serão utilizadas de diversas formas com o
objetivo de desenvolver e explorar o pensamento e a criatividade da
criança e serão de grande auxílio para estimular a sua produção escrita.
�� Caixa: de tamanho igual ou maior que uma caixa de camisa, com tampa,
identificada e bem decorada, de material resistente.
�� Gravuras: diferente das gravuras para o fichário, estas devem ser escolhidas
de forma a apresentarem riqueza de informações, que representem
acontecimentos, situações, com um ou vários personagens, lugares,
paisagens, etc. Devem ter no mínimo o tamanho de uma folha A4,para
que possam ser bem visualizadas também em trabalhos de grupo, e
coladas em papéis mais firmes (cartolina, cartão,...) pois terão maior
durabilidade.
Sugestões de uso:
�� Explorar elementos da gravura de forma sinalizada e escrita;
�� Criar frases ou textos sobre a mesma;
�� Imaginar o que teria acontecido antes e depois do que é visto;
�� Brincar com as gravuras: escolher e mostrar 3 gravuras diferentes, depois
contar uma história em língua de sinais ou escrever uma no quadro,
para que a criança indique a qual delas a história se refere; espalhar na mesa algumas gravuras viradas para baixo, para que a criança escolha
uma e invente uma história sobre ela, que pode ser registrada depois; as
crianças montam um teatro a partir de uma gravura escolhida aleatoriamente,
apresentam e depois trabalham em conjunto o registro da
experiência em diferentes tipos de texto;...
�� Trabalhar com interpretação escrita a partir das gravuras. Exemplo: Quem
você vê? O que está fazendo? O que acha que aconteceu antes deste
momento? Você gostaria de fazer o mesmo? De que cor é...? Quantos
..... tem nesta gravura? O que fará depois?...
�� Podem ser utilizadas no dia de atividades de mesas diversificadas;
�� Aproveitá-las em outros conteúdos curriculares.
d) CAIXA DE VERBOS
Descrição do material:
�� Este é um recurso bastante útil no início do trabalho com produção
textual, auxiliando a criança a expressar com mais clareza e definição o
seu pensamento na forma escrita. Muitas vezes na conversação (em
língua de sinais) o verbo é omitido ou está incorporado noutro sinal,
então quando a criança passa para o papel o seu pensamento o verbo
não aparece.
Imagine esta conversa em sinais entre o professor e uma criança surda:
Na primeira resposta o verbo “ir” foi omitido e na segunda o verbo “andar”
estava incorporado ao sinal bicicleta, e isto é muito comum de encontrarmos
na escrita de surdos que estão começando a se alfabetizar. Por isso este
recurso pode ser bem explorado, tanto para conhecimento dos verbos quanto
para esclarecer o uso adequado dos mesmos.
– Onde você foi sábado?
– Eu casa vovó.
– O que você fez lá?
– Eu bicicleta.
Na primeira resposta o verbo “ir” foi omitido e na segunda o verbo “andar”
estava incorporado ao sinal bicicleta, e isto é muito comum de encontrarmos
na escrita de surdos que estão começando a se alfabetizar. Por isso este
recurso pode ser bem explorado, tanto para conhecimento dos verbos quanto
para esclarecer o uso adequado dos mesmos.
�� Caixa: do tamanho de uma caixa de camisa já é suficiente, melhor se for
de material mais resistente; com tampa e identificada para que as
crianças também possam recorrer sozinhas a ela, se necessário.
�� Verbos: recortar gravuras bem visíveis de diferentes ações, colando-as
separadamente em folhas tamanho A4 ou ofício, com o verbo escrito
bem abaixo para que a palavra possa ser dobrada para trás em algumas
atividades. Não usar a mesma gravura para verbos diferentes para não
confundir a criança ao utilizá-la, escolha então o verbo melhor caracterizado
na figura, por exemplo: você tem uma figura em que aparece
uma pessoa sorrindo abrindo uma porta; que verbo parece destacar-se
mais – “sorrir” ou “abrir”? Escolha apenas um para montar a folha.
Sugestões de uso:
�� Brincar com mímica: a criança tem que pegar um verbo qualquer na
caixa e representa-lo, sem usar o sinal do mesmo, para que os demais
descubram qual foi o verbo apresentado. Se já o conhecem podem
escrevê-lo no quadro ou o professor pode ensiná-lo;Espalhar várias folhas da caixa na mesa, ou no chão, viradas para baixo
(o professor pode escolher aqueles verbos que sinta necessidade de trabalhar
com a criança ou com a turma) e cada um na sua vez terá que
escolher uma destas folhas, formar uma frase com o verbo escolhido e
registrá-la, junto à dos colegas, numa folha de cartolina. Depois de
todas as frases prontas pode-se desenvolver diversas atividades:
– destacar os verbos com canetas coloridas;
– recortar as frases, distribuí-las entre o grupo – de forma que cada
um não pegue a sua própria frase – e pedir que façam um desenho
correspondente a ela;
– usar as frases como base para a montagem de textos, individuais ou
em grupo;
– reescrever as frases em outros tempos verbais;
– recortar todos os verbos colocando-os em outras frases e trabalhar com
verdades e mentiras ou com os “absurdos” (ex: “A menina abre a casa.”
e “A menina come a casa.” ou ainda “A menina abraça a casa.”);
�� Para fixação da escrita dos verbos pode-se brincar com competição entre
duplas ou equipes, onde um grupo apresenta ao outro um verbo já
trabalhado e este tem que faze-lo em alfabeto manual;
�� Dar à criança 3 ou 4 verbos para que ela escreva uma pequena história
em que todos apareçam;
�� Deixar que as crianças utilizem a caixa como um mini-dicionário quando
estiverem escrevendo e não recordarem a forma escrita da ação
pensada.
e) CAIXA DE ALFABETO LIBRAS E PORTUGUÊS
Descrição do material:
�� Consiste em adquirir ou confeccionar com as crianças vários conjuntos
de alfabetos tanto em língua de sinais quanto em português para utilizá-
los em diferentes momentos de aprendizagem.
�� Podem ser feitos em pequenos cartões de 2cm x 2cm, coloridos ou não,
e plastificados.
Sugestões de uso:
�� O professor monta palavras em alfabeto manual para a criança monta-la
abaixo em português;
�� Fazer pareamento de letras com os dois alfabetos;
�� Brincar de palavras cruzadas com o alfabeto em português;
�� Montar palavras e trocar letras para formar palavras diferentes;
�� Brincar com as letras num saco, onde uma criança tira uma letra para
que as demais apresentem sinais de objetos cujos nomes em português
comecem ou terminem com a letra escolhida;
�� Brincar de formação de frases onde todas as palavras comecem com a
letra sorteada. Exemplo: “C” – “Carlos comeu chocolate com coco.”
�� Montar bingo utilizando este recurso: figuras e letras, palavras e letras,...
f) CAIXA COM HISTÓRIAS EM SEQUÊNCIA
Descrição do material:
Descrição do material:
�� Uma caixa com inúmeras histórias em seqüência, tendo o cuidado de
ter histórias com diferentes números de cenas.
�� Recortar os quadros das histórias e colá-los em papel cartão, separando
cada conjunto em saquinhos ou com clipes.
Sugestões de uso:
�� Pode ser utilizada para formação de frases ou textos;
�� Pode ser utilizada nas atividades de mesas diversificadas;
�� Pode ser utilizada para estimular o pensamento e a criatividade: inventar
finais diferentes, imaginar como a história continuaria, apresentar
somente os primeiros quadros e discutir com a criança as hipóteses de
término da mesma,...
�� Montar livrinhos de história para a mini-biblioteca da sala.
g) CALENDÁRIOS
Descrição do material:
�� O calendário é um recurso utilizado nas escolas, principalmente nas
séries iniciais, com o objetivo de auxiliar a criança no desenvolvimento
de noção temporal.
�� Serão apresentadas aqui 2 sugestões de trabalho com calendário adaptados
à educação de surdos:
1) Calendário anual:
�� Este calendário deve ser montado em tamanho bem visível, com peças
grandes que possam ser manuseadas pelas crianças, deve ser de material
durável (EVA com velcro, feltro, imantado,...) e ficará fixado numa
parede da sala para ser trabalhado em grupo diariamente;
�� As peças confeccionadas deverão ter a palavra e o sinal correspondente,
sendo uma peça para cada mês, uma para cada dia da semana, uma
para cada dia do mês (número), e uma para o ano corrente.
�� Todas as peças podem ficar guardadas em caixinhas próximas ao calendário
para serem retiradas somente quando em uso. Porém o ideal,
bem no início deste trabalho, seria que estivessem expostas nas laterais
do próprio calendário, na seqüência correta, para que a criança tenha
uma noção completa do ano e possa estar sempre visualizando o que
vem antes e o que vem depois, quanto tempo falta e quanto já passou
de um determinado momento.
�� No centro do calendário ficam as informações que devem ser trabalhadas
e trocadas diariamente. Pode ter apenas palavras e sinais significativos
ou pode ter frases, por exemplo:
ANO:
MÊS:
DIA:
DIA DA SEMANA:
Estamos no ano:
Este é o mês de:
Hoje é dia:
Hoje é:
�� Mesmo podendo explorar uma visão do ano todo, este modelo de calendário
é mais útil quando a dificuldade maior da criança está na noção
de tempo imediata – o hoje, o ontem e o amanhã. Por isso a cada troca
de peças sugere-se que se desenvolva uma boa conversação sobre os
fatos que aconteceram no dia anterior e o que sabe ou espera que acon-
teça no dia seguinte. À medida que a criança demonstre que já consegue
organizar-se e expressar-se bem nesse tempo mais próximo a ela, é
importante que o apoio visual dos dias do mês e dos dias da semana
(fixado nas laterais) seja tirado e colocado nas caixinhas, como citado
anteriormente, estimulando assim a criança a fazer essa troca, essa
descoberta diária mentalmente... até que este recurso não seja mais
necessário.
2) Calendário mensal com relatório:
�� Este modelo pode ser feito em tamanho grande para ser colocado num
cavalete e ser preenchido coletivamente ou ser feito em tamanho pequeno
para ser colado no caderno e ser preenchido individualmente;
�� Pode ser preenchido somente com números, os dias do mês, ou pode ser
preenchido com o estado do tempo e as atividades mais marcantes de
cada dia.
�� Deve ser preenchido e explorado dia a dia.
�� As folhas vão sendo acrescentadas sempre no início de cada mês, quando
deve ser desenvolvida uma conversação em língua de sinais tanto
sobre o mês que está começando quanto o que terminou.
Depois se faz o relatório mensal, por escrito, em forma de texto a partir
da conversação ou em forma de questionário a partir de um roteiro de
perguntas formuladas pelo professor.
RELATÓRIO DO MÊS:...........................
Quantos dias tiveram este mês?.................
Quantos dias tiveram sol?..........................
Quantos dias tiveram chuva?.....................
Quantos dias tiveram aula?........................
Quantos dias ficaram em casa?..................
Quem faltou à aula neste mês?...................
Alguém fez aniversário neste mês? Quem?
...................................................................
Quantos dias você não desenhou nada?.....
Que data comemorativa teve neste mês?
...................................................................
Desenhe o que você mais gostou de fazer nas aulas deste mês:...............................................................
h)DIÁRIO COLETIVO
Descrição do material:
�� O diário pessoal é um bom recurso nas mãos da criança para incentivála
a expressar seus sentimentos e pensamentos. Também é um bom
estímulo para o desenvolvimento de sua produção escrita. Cada criança
pode ter seu próprio caderno e deve ser orientada quanto à forma de
fazer os registros diários.
�� A sugestão colocada aqui é que o mesmo material e uso que se faz do
diário individual se faça com um diário coletivo, onde todo o grupo
participa nas anotações feitas nele.
Sugestões de uso:
�� Há apenas um diário para o grupo todo;
�� A cada dia uma criança leva o diário para casa ao final da aula para ser
preenchido;
�� O professor orienta seus alunos no sentido de fazerem registros do que
aconteceu em aula, dos assuntos estudados, ou daquilo que mais lhe
chamou a atenção;
�� No dia seguinte o registro é apresentado à turma em língua de sinais,
e o diário é passado a outro colega;
�� As anotações diárias podem ser aproveitadas como texto para o trabalho
de língua portuguesa.
i)CARTAZ DE ANIVERSÁRIO
Descrição do material:
�� Um cartaz que apresente todas as datas de aniversário das pessoas que
participam do grupo. Todos podem estar identificados no cartaz com o
seu sinal e data correspondente;
Sugestão de uso:
�� Utilizar os dados do cartaz para trabalhar com problemas e sentenças
matemáticas. Exemplos:�� O cartaz pode ser aproveitado para trabalhar noção temporal através de
questionamentos sobre a proximidade ou não de um aniversário, quantos
dias ou meses faltam para o aniversário de alguém, ou para comparar
datas de nascimento entre as crianças, trabalhando com elas quem
nasceu antes e depois, quem é mais novo e mais velho,...
�� Todo este trabalho de questionamento deve partir de conversação
em língua de sinais, mas pode ser aproveitado também para registro
escrito;
�� Outra sugestão é que no dia do aniversário se faça uma linha do tempo
do aniversariante, seja com fotos, desenho ou escrita, levantando
detalhes de nascimento, família, amigos, escolas e acontecimentos
importantes na sua vida.
Utilizar os dados do cartaz para trabalhar com problemas e sentenças matemáticas.
Exemplos:
Exemplos:
1. Nós estamos no mês de março e Ângela faz aniversário em novembro.
Quantos meses faltam?
2. André tem 10 anos e João tem 12. Quem é o mais velho?
3. Nós estamos em 2006 e Lídia fez 10 anos. Em que ano ela nasceu?
4. Quem faz aniversário daqui a 4 meses?
j)MURAL LIBRAS/PORTUGUÊS
Descrição do material:
�� Consiste em separar um espaço na sala para montar um mural, preferencialmente
próximo ao quadro ou numa parede facilmente visualizada
por todos. O mural pode ser de cortiça, de feltro, de ráfia, de isopor ou
de compensado; não deve ser de papel ou cartolina para que seja resistente
a troca de fichas ao longo do ano.
�� Este é um recurso para se ter na sala e utilizá-lo durante todo o ano, com
o objetivo de ajudar a criança a fixar palavras ou expressões em português
até que possa utiliza-las sem apoio visual. Serve também para professores
que não dominam a LIBRAS ou quando se tratar de sinais
novos para eles.
�� Neste mural serão afixados cartões ou fichas de palavras ou expressões
que estiverem sendo trabalhadas em aula. As fichas devem mostrar
sinal-figura-palavra, ou sinal-palavra, ou figura-palavra. Também podem
ser utilizados os cartões do fichário da sala.
�� As fichas do mural devem ser trocadas periodicamente, sempre que se
introduz novo tema ou conteúdo ou assim que o professor perceba que
as crianças já têm condições de usar as palavras sem apoio visual.
�� No início da alfabetização pode-se ter um mural fixo, à parte, com as
ordens mais comuns da rotina escolar, junto com o respectivo sinal ou
desenho, para que as crianças acostumem com as mesmas. Ex: pinta,
recorta, sublinha, copia, desenha, escreve, cola, pega o caderno, guarda
o material, ...
(sugestôes do livro"Idéias Para Ensinar Português P/ Alunos Surdos -Publicações MEC...)
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