Existem várias formas de comunicação, tais como o olhar, os gestos corporais e a expressão facial. Contudo, a mais eficiente, sem dúvida, ocorre a partir da voz, que melhor transmite pensamentos, idéias e desejos, além de promover a interação familiar e social de forma mais fácil e concisa e ser instrumento de trabalho de 25% da população economicamente ativa.
Como dia 16 de abril comemoramos o Dia Mundial da Voz, vamos abordar aspectos práticos para que você possa cuidar melhor dela no dia a dia. Basicamente, devemos evitar a ingestão de refrigerantes, bebidas alcoólicas, gorduras e condimentos, falar em lugares barulhentos, tossir, pigarrear ou gritar, permanência sob ar condicionado, poluição por poeira, fumaça, mofo e cheiros fortes, assim como fumo ativo ou passivo. Além disso, devemos hidratar constantemente nosso organismo, de preferência com água em temperatura ambiente, sucos naturais e água de coco.
A saúde e a prevenção de alterações da voz também podem ser obtidas pelo uso de roupas confortáveis na região do abdômen e do pescoço; repouso vocal após uso intenso, resfriados, gripes e infecções respiratórias ou laríngeas; manutenção ereta de cabeça e corpo ao falar e, quando necessário, realizar avaliações e exercícios fonoaudiológicos.
Quando temos dor de garganta, rouquidão por mais de 15 dias, falhas na produção ou ausência da voz, fadiga ou esforço ao falar, voz mais fina (aguda) ou grossa (grave) do que o normal ou redução do volume da voz, nosso organismo está indicando uma alteração chamada disfonia, o que quer dizer que a voz não está saudável. É importante nunca fazer automedicação e usar soluções caseiras como gengibre, mel ou bala. O ideal é sempre usar pastilhas, sprays ou medicamentos apenas quando orientados por médicos.
Entretanto, todos esses cuidados não são eficientes para as pessoas acometidas por alguma doença neurológica relacionada aos movimentos involuntários, que pode desencadear alterações na voz, e que precisam de acompanhamento profissional constante, são elas: Huntington, Wilson, Tourette, distonia e tremor essencial, entre outras. Dentre essas doenças, destaca-se a doença de Parkinson, que pode ocorrer em qualquer idade, contudo afeta 3,3% das pessoas com mais de 65 anos.
A voz é sensivelmente prejudicada em até 90% das pessoas com Parkinson em virtude de prejuízos na laringe. As alterações observadas são rouquidão, soprosidade, monotonia e redução do volume.
Os problemas e as alterações da voz, quaisquer que sejam, são tratados por um grupo de profissionais que inclui médicos neurologista e otorrinolaringologista, além do fonoaudiólogo, que conduz a reabilitação da voz alterada e também desenvolve a habilitação da voz clara, eficiente, impostada e aperfeiçoada.
*Alice Estevo Dias é fonoaudióloga do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital Nove de Julho.
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